Abdominoplastia é o nome dado à cirurgia plástica do abdome. Em geral, fatores como
gestações múltiplas, genética e perda ponderal substancial contribuem para o
desenvolvimento de frouxidão na pele, depósitos de gordura e distensão da musculatura
abdominal, resultando em um contorno abdominal abaulado e desproporcional em relação ao
resto do corpo, afetando a autoestima e gerando insatisfação.
Infelizmente, para alguns pacientes uma dieta saudável e exercícios regulares podem não ser
suficientes para eliminar os acúmulos de gordura e flacidez de pele adquiridos ao longo dos
anos. Em alguns casos, a flacidez de pele é tão significativa que um procedimento menos
invasivo como a lipoaspiração (quando há gordura localizada sem flacidez de pele associada)
não atingiria um resultado estético satisfatório, se empregado isoladamente. Para estes
pacientes, a cirurgia do abdome, ou abdominoplastia, está indicada, visando reconstruir a
anatomia local e melhorar o contorno do abdome, através da remoção dos excessos de pele,
gordura e do reforço da musculatura da parede abdominal, restabelecendo a aparência de um
abdome firme e plano.
Por se tratar de uma cirurgia de contorno, a abdominoplastia muitas vezes é associada à
lipoaspiração (lipoabdominoplastia), que pode ser estendida à região dos flancos, dorso e
outras áreas de necessidade, para obter a melhor harmonia deste segmento corporal.
O tipo de anestesia empregada fica a critério da equipe de anestesista, podendo ser realizada
sob anestesia peridural com sedação ou sob anestesia geral. A cirurgia do abdome é
normalmente realizada através de uma incisão transversal logo acima dos pelos pubianos.
O tamanho da incisão depende da quantidade de pele a ser removida e normalmente continua
até próximo dos quadris, curvando-se levemente para cima. Em geral, procura-se posicionar a
incisão de forma que a cicatriz resultante fique escondida pelas roupas íntimas dos biquínis.
Através dessa incisão, o cirurgião corrige a frouxidão da musculatura da parede e remove os
excessos de pele e gordura da parte inferior do abdome. Em pacientes com grandes excessos
de pele, uma segunda incisão deve ser realizada ao redor do umbigo. Feito isso, os excessos de
pele na metade superior do abdome são separados dos tecidos profundos para que a pele
possa ser deslocada inferiormente antes de ser removida. O umbigo é, então, recolocado na
sua posição normal. As estrias localizadas abaixo do umbigo, muito comum nestes pacientes,
são removidas junto com os excessos de pele. Infelizmente, estrias localizadas acima do
umbigo não podem ser eliminadas usando esta técnica.
O paciente deve permanecer em repouso absoluto por cerca de 5 a 7 dias, evitando retificar
completamente o corpo neste período. Após a primeira semana, recomendamos repouso
relativo por mais 3 semanas. A maioria dos pacientes retorna às suas atividades laborativas em
aproximadamente 10 a 14 dias e às atividades físicas em tono de 30 a 60 dias, dependendo do
tipo de trabalho, do tipo de atividade física e da evolução pós-operatória de cada paciente.
Deve-se utilizar malhas de compressão elástica por um período de 30 a 60 dias, visando
maximizar a aderência dos tecidos e acelerar a reabsorção do edema (inchaço) e remodelação
corporal. Sessões de drenagem linfática devem ser iniciadas tão logo o paciente tolere a
realização do procedimento.
Novas gestações, ganho ou perda ponderal substancial podem comprometer o resultado da
cirurgia, enquanto, uma dieta adequada bem como a realização de atividade física ajudam na
manutenção do resultado a longo prazo.